28 maio 2011

Um passo por vez...

É mais ou menos desta forma que o PB vem andando, visando o caminhar preciso na sua pesquisa.
Nos encontros desta tumultuada semana que passou, com direito a integrantes resfriados e falidos, o trabalho de corpo foi muito bem enfatizado. Fernando Cruz, diretor do grupo, conduziu os ensaios colocando em destaque um bando de louco pulando corda por mais de 2h sem parar e exigindo que entrassem de formas diferentes e não deixassem a corda vazia  a construção de partituras corporais desenvolvidas a partir de estímulos, sejam eles músicas caipiras, causos ou histórias. Como sempre, o feedback foi muito rico e proveitoso. Os integrantes escutaram e fizeram apontamentos necessários a respeito dos seus trabalhos desenvolvidos. O trabalho não pára... Há muito chão de terra batida para caminharmos.
E amanhã a orientação artística acontecerá na bela tarde de domingo sem chuva, com apenas algumas nuvens, com temperatura mínima de 8°C e máxima de 22°C. Que venha Fabiano Lodi!

Confira duas provocações interessantes que possibilitaram surgir idéias interessantes:


Naquele estradão deserto, uma boiada descia
pras bandas do Araguaia pra fazer a travessia.
o capataz era um velho com muita sabedoria
as ordens eram severas ,e a peonada obedecia.
O ponteiro moço novo, muito desembaraçado
mas era a primeira viagem que fazia nestes lados
não conhecia os tormentos do Araguaia afamado
não sabia que as piranhas era um perigo danado.
Ao chegarem na barranca disse o velho boiadeiro,
derrubamos um boi n'água deu a ordem ao ponteiro
enquanto as piranhas comem,temos que passar ligeiro,
toque logo este boi velho que vale pouco dinheiro.
Era um boi de aspa grande já ruído pelos anos.
o coitado não sabia do seu destino tirano
Sangrado por ferroadas no Araguaia foi entrando,
as piranhas vieram loucas e o boi foram devorando.
Enquanto o pobre boi velho ia sendo devorado,
a boiada foi nadando e saiu do outro lado,
Naquelas verdes pastagens tudo estava sossegado,
disse o velho ao ponteiro,pode ficar descansado
O ponteiro revoltado disse que barbaridade,
sacrificar um boi velho pra que esta crueldade.
Respondeu o boiadeiro aprenda esta verdade,
que Jesus também morreu pra salvar a humanidade


Num bar de Ribeirão Preto eu vi com meus olhos esta passagem
Quando champanha corria a rodo, no alto meio da grã-finage
Nisto chegou um peão trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga, que era pra rebater a friage
Levantou um armofadinha e falou pro dono
"Eu tenho má fé quando um caboclo que não se enxerga, num lugar deste vem pôr os pés.
Senhor que é o proprietário deve barrar a entrada de quarquer.
Principalmente, nesta ocasião, que está presente o rei do café"
Foi uma sarva de parmas gritaram viva pro fazendeiro
Quem tem milhões de pés de cafés por este rico chão brasileiro
Sua safra é uma potência em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente não é pra quarquer tipo rampeiro
Com um modo bem cortês responde o peão pra rapaziada
"Essa riqueza não me assusta, topo em aposta quarquer parada
Cada pé desse café eu amarro um boi da minha invernada
e pra encerrar o assunto, eu agaranto que ainda me sobra uma boiada"
Foi um silêncio profundo, o peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser meu endereço que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina, e perguntar pelo rei do gado.



Caminhemos! Jacarandemos!

3 comentários:

Anna Kuhl, diga kil disse...

Eita, que delícia, que saudade, que inveja boa - queria eu estar com o corpo doído e a cabeça cheia de moda de viola assim !

Bruno Garbuio disse...

Anna, a gente tá com muuuuitas saudades de você! Está faltando cabelos ruivos e vontade de requeijão no grupo. Venha, venha, venha! Vamos te passar os dias do Fabiano e apareça em Sanca. Até o Sanca Bar as vezes fica sem cor, porque falta a combinação da sua calça roxa(de ensaio) com o seu cabelo vermelho e a mesa amarela.

Bruno Garbuio disse...

Não, a sua calça é cinza, né?! hasuhauhauhauhauhauhsa