06 julho 2010

Balde: Bruno e Pai.

Bruno



Pergunta: Qual o gosto do chamego no aconchego enroscado e cores e flores?
Experiência: Observe ''A virgem'' do Klint,e experimente se enrolar em panos também.
Breve relato pessoal sobre a experiência: A experiência teve um tom nostálgico. Enquanto sentia cada pano,as diferenças na textura,nas cores,cheiros e calor lembrei da minha infância,quando brincava com cobertores e lençois.E observando o quadro de Klint(''A virgem'') tive uma sensação de proteção,como se cada corpo feminino daquela tela estivessem sendo protegidos por vários tecidos e flores.
Descrição sucinta da cena: A cena começa com uma pessoa indo dormir,colocando seu pijama e logo em seguida se enrolando em panos. Após tudo isso,se enrola em um tapete e se recorda do seu tempo de menino quando se enrolava nos cobertores feito uma panqueca acreditando estar protegido de todos os seus medos.O cobertor tinha milhares de significados,era simples com estampas de flores azuis,só que ele enchergava milhares de flores coloridas e com cheiros diferentes,cada uma era única.No final percebe que os tempos se passaram que o cobertor ainda estava vivo,mas não mais com o significado de antes,agora era apenas um cobertor.E ele estava morto,não tinha mais a ingênuidade e simplicidade de menino. Era obrigatório o uso de PANOS.

Pai



Pergunta :O som da noite é o som do Rock'n Roll?

Experiência:cante e dance um rock'nroll

Breve relato pessoal sobre a experiência:
De mascara, entro em cena e tah rolando um putz putz.
Como que percorrendo varios lugares, soh toca putz putz... ateh que eu
entro no banheiro para fugir disso e rola wish you were here

Balde: Mabel e Filipe.

Mabel



Pergunta : Figurinha,jujuba,confete,bexiga.Que cheiro e que cor tinha a sua infancia

Experiência: Separe jujubas da sua cor e do sabor favorito, enquanto se recorda de outras cores e sabores fovoritos. Breve relato pessoal sobre a experiência: Nao consegui delimitar uma linha muito precisa entre a experiencia e a montagem da cena.A grande experiencia foi a montagem da cena,ter um dos desenhos que estava no dia do balde foi um trunfo também, me ajudou a ligar as coisas de uma maneira inexplicável.

Descrição sucinta da cena: Era obrigatório o uso das jujubas.A cena consistiu em um Domingo às sete da manhã na infancia mabelistica.A criança inquieta tenta burlar qualquer chance de tédio e ve como salvação do domingo , de si mesmo, e do mundo a produção de papel de jujubas recicláveis através do bater e pulsar de seu próprio liquidificador da Eliana.

Filipe



Pergunta : Sua infância ficou velha?

Experiência : Lembre-se de seus brinquedos favoritos. Qual o cheiro? Como é o tato? Eram de plástico, de madeira?

Breve relato pessoal sobre a experiência: Olhei pra fora da sede, pela janela e procurei pela memória lembranças de minha infância. Não me vieram muitas informações sobre o cheiro e o tato dos meus brinquedos porque nunca fui uma pessoa muita atenta a detalhes. O pouco que lembrei foi da forma. Até mesmo as cores eram indefinidas. Apesar disso, pude lembrar de alguns momentos marcantas que tentei levar para a cena.

Descrição sucinta da cena: Primeiro o bebê Filippe que chora. Depois, rabisca desenhos infantis, tentando fazer de Anna Kuhl uma Monalisa imortalizada na minha folha sulfite. Em seguida, um sapato vira carro e depois avião. Com o auxílio de sons, faço uma guerra contra o outro sapato no chão. Encontro um video-game, representando um certo crescimento, minha passagem da infância para a adolescência, que se fixa no momento em que me masturbo olhando Nádia e Anna Kuhl sensualmente pousadas no cartaz da Insônia. Depois, estudo. Muito estudo. Mais punheta. E mais estudo. Enfim, vestibular e minha aceitação na universidade. Comemoro me embebedando e vou embora. Volto anos depois, mudado. Vejo meus antigos objetos e brinquedos e sinto uma certa nostalgia. Ao fim, antes de colocar o sapato no pé, decido que ele ainda é um carro, como na minha infância e revivo aquele primeiro momento, saindo de cena com meu sapato-carro-avião.
Proibido: palavras

Balde: Renato e Nádia

Renato



Pergunta: Somos pedaços, peças perdidas, aflitas e soltas?
Experiência: Junte pedacinhos de coisas variadas: de você, da cidade, do mundo, do amor, papéis, etc.

Breve relato pessoal sobre a experiência: Comecei experienciando pedaços da minha vida através da memória e jogando numa folha de papel tudo o que vinha na minha cabeça, de fatos da infância até passagens bem atuais da minha vida. A chave das lembranças eram apenas palavras soltas. Em seguida, fui orientado a não ficar só na escrita, mas sim buscar no espaço os tais pedacinhos que eu teria de usar na experiência. Esses pedacinhos eram coisas físicas.

Descrição sucinta da cena: era obrigatório usar pedacinhos e proibido usar palavras. Na cena, fiz um colar com alguns objetos pequenos que encontrei pelo espaço, como retalhos de cores variadas, figurinhas do chocolate surpresa, uma bolinha de borracha, vários botões, chaveiros sem a argola etc. Usei linha e agulha. Aquele papel no qual comecei a escrever, rasguei-o em vários pedaços e, depois de ter terminado o colar, joguei um pouco desse papel rasgado em cada companheiro de grupo.

Nádia



Experiência: Leia, cante, mastigue

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir

Pergunta: O que tem na música da Geni que te pega?


Relato sobre a experiência: Fiquei em um canto lendo e relendo o texto, tentando imaginar uma "Geni" hoje em dia, um coro que se faz presente hoje. Fiquei interiorizando o sentimento dela e do coro. A Anna me aconcelhou a experimentar mais a música: falar a letra em voz alta, cantar...

Cena: A vergonha e a submissão, traduzida por "vergonha dos pés" foi a forma que encontrei para que todos se sentissem um "coro" que me causasse sentimento de pessoa repudiada por mostra-los.

Proibido: Usar a música de modo óbvio, que dê pra reconhecer.

Balde: Fernando, Ana Garbuio


Fernando



Pergunta: As cidades foram feitas pras pessoas se perder?
Experiência:Um dia vc já ficou perdido na rua, no trânsito, na cidade?

Breve relato pessoal sobre a experiência:Isso me remeteu a um fato da minha vida, muito marcante, que me perdi, em Londrina. Não dava conta de achar o caminho e parei num bar, conheci pessoas, fiquei bêbado, etc. Organizei o espaço para experienciar: criei caminhos entre os bancos e mesas e alternei o ritmo da caminhada alucinada entre os bancos. O sono me pegava, sensações das mais diversas.

Cena: A cena teve o tom da experiência. Porém, na cena, encontrei o caminho, fixei meu olhar e pá - o barulho do interruptor das luzes que ainda não tem na sede.

Ana Garbuio


Pergunta: Por baixo das veste há o cadeado.Onde está a chave?

Experiência: Procure por fechaduras no espaço.Depois,procure fechaduras em seu corpo.

Breve relato pessoal sobre a experiência: Procurar por fechaduras no espaço foi fácil,apenas procurei por portas e por cadeados,mas as fechaduras do corpo me levaram a pensar não só em fechaduras externas,como em orgãos sensitivos ou sexuais,mas também em pensamentos e atitudes.

Cena: Na cena me utilizei de roupas que faziam os movimentos ficarem mais presos e me livrei desse tipo de fechadura.Depois tentei abrir uma porta trancada,com diversos tipos de chaves,até que finalmente encontrei a chave dentro de mim e consegui abrir a fechadura...

Terminei com: ''Ás vezes as chaves podem estar dentro da gente'' .A cena tinha como material obrigatório: palavras,sons e me utilizar do espaço de alguma das experiências.

Dramaturgia do Balde

Antes de explicar o que foi esse exercício de dramaturgia, para que esse blog não sirva só a nós, mas também aos desavisados que caírem por aqui em busca de relatos de processo, precisarei fazer uma pequena retrospectiva, voltando ao seminário artístico ....

No dia do seminário artístico, uma das atividades era o circuito sensorial, que consistia em encher a sala com as mais diversas referências de tato, visão, olfato e audição. Peças de tecido, madeira, plástico, fotos, textos, diversas fontes sonoras com músicas diferentes, cheiros e sabores à disposição. Depois os participantes anotavam em um papel aquilo que havia os tocado mais, e também desenhavam. Essas impressões em papel foram colocadas depois no nosso querido baldinho amarelo de ágata, consistindo num material muito rico de inspirações dramaturgicas.

A atividade que programei utilizava temas que surgiram do baldinho: fiz um mapeamento das impressões / sensações mais frequentes, já que havia muito em comum nos papéis. Com os temas mapeados, formulei onze perguntas e onze experiências, que deveriam resultar em onze cenas, uma para cada participante ( duas perguntas/experiências ficaram de fora: a de Rodrigo Garavini e a minha, que resolvi não fazer na hora).

Vou ficar devendo um textinho mais aprofundado ( que estou fazendo, JURO !) sobre o meu processo para chegar nessa atividade. Mas bem de leve, vou adiantar que me baseei em coisas que a Thaíse passou pra gente, sobre experiência (aqui preciso fazer uma nota de rodapé !! algumas das experiências propostas não necessariamente estão bem conceituadas) e sobre as perguntas me inspirei no trabalho da Pina Bausch, mas que pesquei aqui nesse link.Bom, isso posto ... Vamos ao que rolou no dia 20 de junho.

Haviam 11 papéizinhos, em que havia escrito uma pergunta, uma sugestão de experiência e alguma observação de materiais para a cena ( do tipo permitido / proibido).
As pessoas deviam criar uma cena que respondesse a pergunta, não de maneira didática, sem o compromisso de representar a pergunta, mas usando a pergunta como estímulo. A experiência deveria servir de repertório para a pergunta. Algumas missões proibiam o uso de palavras, geralmente quando a pergunta é mais clichê ou tendenciosa ao falatório, palavrório.As perguntas geralmente iam pro campo da sensação, do subjetivo, do abstrato. Todos deviam usar todos os "igredientes" cênicos com muito cuidado, como se a cena fosse uma mistura muito delicada de ervas venenosas, em que uma grama do ingrediente errado torna o resultado veneno.
As cenas e perguntas eu vou postar em blocos, pra não ficar um post ENORME.


04 julho 2010

Café da manhã instalação

Em nosso ensaio de hoje, dia 04 de julho, fizemos um cafézão da manhã com MUITA, muita, muita comida ! Segundo o Pai, um espaço só é inaugurado quando fazemos uma refeição nele ! Eu concordo. Nosso ritual gastronômico foi marcado por uma atividade curiosa, uma verdadeira mixórdia, provocada pelo nosso querido orientador do projeto Ademar Guerra, o João Junior, que propôs que fizéssemos uma instalação usando a mesa do pós-café, onda havia ainda muita comida, simbolizando a linha do tempo de nosso trabalho no grupo.
O resultado foi um mix de bagunça, sujeira e delicinhas !





Comida e seus vários significados.


Mais um "momento cabeção"




Todo mundo com cara de que entendeu tudinho que o João tava falando.