16 junho 2011

Ai madrugada

Ai madrugada! Eu te faria uma cantiga de amigo se fosse trovador.

Deliciosamente imprevista
cada uma diferente, e como
todo dia eu me apaixono
logo assim a primeira vista

Vaza uma coisa não pensada, não criada, só feita e mostrada pros olhos que atentam a tudo.
Atentam a tudo todo tempo

e embora o frio e o sono, a gente não conseguiria dormir em paz sem.



Nádia

15 junho 2011

Um pouco mais...

Que delícia!
Estas foram as últimas palavras que pensei quando cheguei em casa ontem de madrugada após o encontro do PB.
É claro que não são todos os dias que a alegria toma conta dos nossos momentos de trabalho e também é claro que não são todos os dias que estamos à todo vapor para nos entregarmos em atividades físicas, cênicas e etc. e tals. Mas ontem foi tudo diferente! Cheguei crente que poderia ser o pior ensaio da semana tendo em vista o baita cansaço, por conta das noites sem dormir e da oficina do Raul Barreto na tarde fria (muito boa por sinal), e pela preocupação das dezenas de coisas para entregar com datas batendo na porta esperando um vacilo bobo para passar uma rasteira final. Outra coisa que deveria ser evidente é que as preocupações externas não devem influenciar o decorrer do encontro, mesmo porque, tudo que está lá fora, DEVERIA, ficar lá fora... Porém, nem sempre a teoria condiz com a prática. Mas como comecei neste relato agora necessito continuar a provar o porque tudo foi uma delícia. Embora estivesse preocupado com Deus e o mundo, logo no início senti algo diferente. Primeiro: eu nunca chego antes que todos, sempre quando estou entrando na porta avisto os demais de pé no palco, outros se trocando e a conversa e risadas de amizade rolando soltas, mas ontem não, como estava em casa, consegui chegar meia hora antes, INCRÍVEL ver como aquele local, Oficina Cultural, na madrugada sempre fica extremamente fria, como o vento faz aquele teto mexer e como o silêncio predomina por todo o ambiente. Segundo: O frio tava tão grande que a vontade de se trocar era mínima, talvez eu devesse fazer todas as atividades com calça jeans, tênis e duas blusas de lã acompanhada de uma blusa de frio. Terceiro: No local onde íamos ensaiar estava ocupado com arquibancadas utilizadas por orquestras,  creio que havia tido uma apresentação, mesmo porque, todas as cadeiras da platéia estavam posicionadas e arrumadas. Talvez estes três motivos não seriam o suficiente para impedir qualquer coisa, e de fato não foram. Os integrantes foram chegando, fomos conversando, nos trocando e quando nos demos conta já havíamos conversado e levantado questões importantes acerca daquele momento e já estávamos todos nós, aquecidos, com as suas devidas roupas de ensaio, no chão, ao som de uma música improvisando com as arquibancadas. Subíamos, descíamos, tirávamos sons e cantávamos. Foi mais ou menos dessa forma que nos conectamos de uma forma tão intensa que era impossível pensar em outra coisa ao não ser tudo aquilo que estava ali... Os demais integrantes, a música de fundo e os comandos e provocações do diretor. Em cima de tudo isto, Fernando Cruz, foi jogando provocações onde improvisamos com os bancos, garrafinhas de água dos integrantes e arquibancadas que ali se encontravam contando a história da peça SERÁ O BENEDITO?! 
FOI LINDO perceber a atenção e conexão do coletivo, quando um provocava de alguma forma o outro aderia e continuava de forma a criar um cordão com ligações fortíssimas de uma Ação para outra. Demos muitas risadas e nos orgulhamos pelo trabalho... E o FRIO? Frio?! Que lá frio! Quando percebi já tinha feito uma cena sem camisa. rodando-a loucamente feito um torcedor fanático no final da copa do Mundo. Resumindo: Nos divertimos, criamos, rimos e até utilizamos de várias recursos audaciosos, diga-se de passagem, para contarmos a nossa história.


Bruno Garbuio - reflexões sobre o ensaio de ontem

14 junho 2011

12:15

Do dia de hoje você poderá ler Boal... Ou melhor, se você não puder ir daqui a pouco no Centro Cultural da Usp, poderá ir no dia 28 para prestigiar uma grande obra encenada na década de 60.
Desta vez o Programa de Leituras Públicas do TUSP fará a degustação da Revolução da América do Sul, do cabeludo brasileiro que foi diretor do Arena durante muito tempo e que morreu em 2009.

Então, não perca a leitura hoje ou dia 28 as 12:15.



Leia um trecho do livro: '' Um palco brasileiro: o Arena em São Paulo'' de Sabato Magaldi, onde ele comenta sobre esta peça:

Na análise do crítico Sábato Magaldi: "(...) a peça é contra tudo e contra todos, e, realmente, só a favor do operário José da Silva, que está morrendo de fome. (...) Muitas vezes grosseira, mal-educada, sem sutileza, Revolução guarda, no entanto, toda a vitalidade alegre e contagiante da farsa primitiva. Pelo trabalho consciente do dramaturgo, ela significa mais ainda: assimila, pelos seus vários aproveitamentos, as lições tradicionais do teatro, e mistura-as com os estímulos imediatos da experiência nacional - a revista e o circo".


Mais informações: