06 junho 2015

Se Vira São Carlos




São Carlos passa por uma crise financeira,  foi essa a desculpa (1) que apareceu da Prefeitura ao anunciar que não aconteceria por aqui a Virada Cultural, mesmo que o investimento na infraestrutura fosse menor que muitos shows que realizaram com superfaturamento (2). O fato é: não há interesse em investimentos na cultura, pois a concepção da atual gestão define de modo elitista cultura,  a ponto de cortar os Pontos de Cultura (3) da cidade e dizer que investimento de qualidade - em cultura de verdade - é nas obras do Salvador Dalí (4). 

No meio desse furacão dezenas de artistas da cidade se reuniram e criaram o SE VIRA SÃO CARLOS - AQUI TEM ARTE, um festival que valoriza a arte local. 


Quer saber um pouco mais sobre o Se Vira São Carlos?
Leia a matéria que saiu ontem no Jornal Primeira Página. ( Clicando AQUI)
E confira a programação completa abaixo:



clique na imagem para amplia-la



1 - http://www.saocarlosdiaenoite.com.br/lmno/cultura/item/44152-sem-dinheiro-e-sem-virada
2 - http://www.revelandosaocarlos.com.br/noticias/exclusivo-carnaval-de-sao-carlos-teria-superfaturamento-em-ate-300-em-caches/
3 - http://saocarlosdiaenoite.com.br/lmno/cultura/item/29827-retrocesso-na-democratiza%C3%A7%C3%A3o-da-cultura-em-s%C3%A3o-carlos
4 - http://tucano.org.br/noticias-do-psdb/prefeitura-de-sao-carlos-inaugura-espaco-com-obras-de-salvador-dali

Como poesia - por Marcela Pane


Essa criação é uma forma de expressão que expressa uma outra criação. Gosto da poesia. Da poesia que dá vida à própria vida. Tornando-a desperta!

Como um grupo de estrangeiras latinas coloridas. Carregando nas costas cestas, cestos. Um artesanato que não sei como se chama. Perdidas, sozinhas. Em meio a um caminho, em uma praça, ao lado de uma rotatória, antes de uma ponte, embaixo de uma rodovia. O céu tem uma cor que nunca teve. Como estar em um corredor escondido de uma loja de 1,99 cheio de vasos e livros e ouvir o silêncio que passa pela tubulação de ventilação que gira no teto como o ritmo de uma peça de teatro. E o silêncio é o silêncio de crianças brincando na escola vizinha. Como coxinha. Como poesia!

Adiantada e enganada para criar esse texto, que me revela um tanto a mais, comia e pensava no que escrever. Estava almoçando em um self service que fica no caminho entre minha casa e o trabalho onde havia coxinha com algum recheio exótico como opção. De cara não me serviria dessa especialidade, mas como pensava no texto, não pude recusar. Qual a poesia da coxinha?

Enquanto degustava a especiaria, lembrei que não gostava tanto de coxinha quando criança. Nos aniversários, preferia outros salgadinhos encomendados requentados como quibe, rissoles de catupiri, bolinha de queijo e até empada de palmito. Porém, com a maturidade fui aprendendo o seu valor. Fui compreendendo a delícia do biquinho crocante que só o formato de uma coxinha pode nos proporcionar. Como o conforto que uma família de classe média do interior paulista do início do terceiro milênio pode desfrutar.

Essa burguesia também tem uma cultura particular. A de comer coxinha, um salgadinho brasileiro de origem paulista também comum em Portugal à base de massa feita com farinha de trigo e caldo de galinha que envolve um recheio elaborado com carne temperada de frango, em festas de aniversário. Ali no self service, fritava sobre toda essa poesia quando me dei conta que almoçava coxinha com garfo e faca! Agradeci ao cardápio pela inspiração. Fui ao caixa pagar a conta, onde o proprietário me tratou muito bem até eu passar o cartão. Crédito!

01 junho 2015

Mais um que se foi...





Quinta, sexta, sábado, domingo...






Mais uma vez nos reunimos durante quatro dias seguidos, com dois períodos por dia, para realizarmos mais um intensivo de trabalho com Fabiano Lodi.
O desafio da vez foi tentar desatar alguns nós que havíamos feito, assim como aumentar o Imbróglio que nos metemos. Isso parece contraditório e é!







Nosso trabalho se resumiu em improvisar, fazer Composições e finalmente tentar achar um percurso dramatúrgico que teça nossa história; A Sapateira Prodigiosa está sendo um desafio e não poderia ser diferente, afinal, Lorca demorou 10 anos para terminar sua escrita e fez vários finais para a mesma peça.  A farsa do Lorca foi feita para bonecos, segundo o próprio autor...

                                                                                   





                                                      

De nós em nós as galinhas montam as contas,
enchem os papos
e fazem poesias




Agora não há como negar, nosso sim para o Cão Andaluz não pode seguir de um Não para o desafio intrínseco de abraçar uma peça tão simples e complexa.





Estamos aos poucos nos dando o direito de nos perdermos para nos encontrarmos.




Nos acompanhe, em breve estrearemos em São Carlos