16 julho 2015

Amanhã tem Goiaba!

Goiaba... Goiaba... Goiaba...





Sabe a nossa Composição da Goiaba, feita no ano passado, baseada no caso verídico do vendedor de goiabas que foi preso pela guarda municipal porque não tinha alvará para vender seu produto?
Amanhã apresentaremos nosso recorte com diversos pontos de vistas deste caso na Fundação Casa. O convite foi feito após apresentarmos a peça Ao Revés do Papel na terça-feira.
Abriremos a formatura de um projeto de formação para o mercado de trabalho realizado em parceria com o Ministério do Trabalho e a Casa do Trabalhador. Os familiares, assim como representantes políticos estarão presentes.
Será um imenso prazer voltar :)











Apresentaremos às 14h.
Merda para nós, desde já!



créditos fotografia: Bruna Francisco ( Sementes Culturais)




Semana de Sapateira com Goiaba

arruma cena






Durante essa semana tivemos dois encontros para trabalharmos no nosso Processo de Montagem da Sapateira e também para passar e repassar a Goiaba que será apresentada amanhã na Fundação Casa.






prosa pós cena




Na segunda, nos reunimos no Gaveta e durante algumas horas retomamos o trabalho que tínhamos começado na sexta anterior. Retomamos também um velho jogo das bolinhas. Ele tem sido muito positivo, nos liga, nos sintoniza, nos possibilita perceber o espaço. A passagem do Primeiro Ato da peça seguida do que temos do Segundo Ato foi como um ping-pong, divertido e revelador. Há muito trabalho. Há muito trabalho. Há um processo árduo de manter a energia viva que é exigida para essa Farsa.








o cenário provisório


Na terça no reunimos novamente no mesmo local e no mesmo horário. O foco inicial foi a Goiaba, mas na sequência exploramos a topografia da Sapateira No próximo domingo começaremos um intensivo que durará sete dias, agora estamos na reta final... A contagem regressiva começou!










queima cérebro.

O dia em que o Ao Revés do Papel entrou na Fundação Casa - por Bruno Garbuio

Foi numa terça dessas comuns, com vento de São Carlos e sol quente das 11h da manhã. Chegamos na Fundação Casa. Fomos até o interfone ao lado da guarita com vidros filmados e alguém nos pediu nossos RG's, na sequência avisou: é proibida a entrada de celulares. A revista feita de costume foi realizada, em seguida nos dividimos; quem tinha que se preparar para apresentar foi pruma sala, quem precisava arrumar o tapete de cenário assim como confirmar o local possível de apresentação foi pra algum lugar atrás das grades amarelas.
 Nosso público: 60 meninos, de 13 a 19 anos, "criminosos". Roubo, tráfico e blá blá, blá...

                                                                           filho de granfino lá não está preso não.

Uniformizados, da roupa ao corte de cabelo, as particularidades ficam evidenciadas nas tatuagens, cicatrizes e olhares (principalmente). Estávamos em uma quadra poliesportiva - acima de tudo - após dezenas de degraus e não sei quantos lances de escada. Tinha muito vento e a paisagem verde à vista atrás dos muros e cercas farpadas  nos mostrava o que era uma possível ideia de liberdade. Nossa brincadeira foi realizada, entre uma emoção forte de ver cada olhar atento e uma diversão juvenil em cada brincadeira vinda da platéia. Aconteceu e no término os olhares curiosos dirigidos aos que estavam no local da cena não deixaria passar em branco uma prosa. Conversa aqui, perguntas de lá, o papo indicava que não teria fim... E se assim fosse não haveria problema, confesso, com muita emoção e lágrimas nos olhos, que foi um prazer.

Senhor Bruno, há quanto tempo faz teatro?

Senhora Nádia, a senhora trabalha só com isso?

O Senhor e as Senhoras já tinham vindo aqui?

Lá fora enxergam a gente de outra maneira, Senhor!

Não precisa nos chamar de Senhor ou Senhora, temos quase a mesma idade que vocês.
É respeito, Senhor, é respeito!

Eles precisavam almoçar, nós precisávamos ir embora, esse foi o motivo do fim da conversa. Um convite foi feito: venha conhecer onde eles dormem e ficam. Entramos nos quartos, quartos não, celas! Dessas que possuem maquiagem para esconder o que há de mais frio e feio. Dessas que têm mais meninos do que comporta. Nos apresentaram a Fundação toda, suas salas de atividades, os programas, os projetos, o refeitório com todos os pratos montados. Nos falaram de quem estava pra ser julgado e daqueles que já foram. Das brigas e problemas. 

Agora, não me venham os conservadores dizerem que a redução da maioridade penal precisa ser efetivada, porque ela já acontece há muito tempo mas com um nome de instituição que parece até filantrópica, mas que constrói socialmente um estigma carregado por todos que ali passaram: os ex-febem


Uma indicação musical de Mylene Corcci:





Agora três pontos: O primeiro é um pedido de desculpas pela demora da postagem, estávamos esperando fotos da apresentação que os próprios funcionários da instituição ficaram de nos passar, mas devíamos ter percebido que é claro que eles vão postar primeiro nas suas imprensas oficias para depois nos passar.
O segundo é dizer que nem tudo é flores, mas há perfume em alguns lugares. Nossa apresentação foi tão positiva que nos convidaram para estarmos amanhã novamente, desta vez com a Composição da Goiaba e nos pediram indicações de artistas da cidade para fazerem o mesmo que fizemos 
E o terceiro e talvez mais importante é um agradecimento especial à Claudia Alves Fabiano do Tusp São Carlos que nos indicou para apresentarmos. É isso, estamos juntos, nessa rede maluca! Muito Obrigado!

13 julho 2015

Tudo sobre Matão


antes de partirmos na casa da Mylene Corcci


No último sábado o Pb foi até Matão para apresentar o Ao Revés do Papel no encerramento da Ocupação Cultural do CEU realizado pelo Expresso Matuto



no camarim uma selfie antes de começar!



Nossa apresentação ocorreu dentro do auditório  pequeno e charmoso do CEU. 
A Platéia era composta por uma dezena de pessoas, na maioria crianças, alguns adultos com crianças de colo e uma cachorra chamada Teka que logo na primeira cena se assustou com nossas sujeiras e entrou em cena com seu forte latido.
Uma criança de dois meses também estava junto na nossa brincadeira, Fernando Cruz até brincou que ela foi nossa espectadora mais jovem na história do grupo. Se ela entendeu a peça isso jamais podemos afirmar, mas talvez consigamos dizer que ela sentiu cada movimento. Estava quieta durante toda a apresentação e se manifestou pontualmente numa determinada cena da peça que nasce uma criança, para nós a única sensação manifestada foi um forte arrepio na espinha. 


Nadinha e a cachorrinha Teka


O que mais podemos dizer dessa experiência magnífica e singular ?


Talvez somente o que Nádia Stevanato afirmou: Quando achamos que passamos por tudo fazendo o Ao Revés do Papel, somos surpreendidos novamente!






E assim nossa vida perambulante continua. 
Amanhã faremos mais uma apresentação do Ao Revés do Papel, desta vez na Fundação Casa de São Carlos