19 agosto 2011

Final de primeiro tempo.

O arbitro apita e recolhe a bola... Preto no Branco está empatado. Está mesmo? O time desce para o vestiário onde o massageador dá laranjas, rica em vitamina C, que possibilita, entre outras coisas, a redução dos riscos de enfarto. Além disso o técnico, Fernando Cruz, chega com a sua prancheta e barba por fazer para indicar as novas estratégias para que possamos vencer o adversário. O campeonato está no início. Está mesmo? O campeonato está no meio. Está mesmo? O campeonato está no FIM... Puta que pariu. Mas o empresário liga da capital e diz: Vocês estão no caminho certo!
O que importa é a liderança? O que importa sãos as finalizações? O que importa é a firula? Acho que não, talvez o que verdadeiramente importe seja o título. Será? Mas que o título seja nosso, do nosso esforço.
Por fim o treinamento físico foi importante. Cobrar escanteios oitenta e sete vezes seguidas, fazer duzentos e vinte oito abdominais, completar quatrocentos e trinta e dois polichinelos, começar com trezentos e trinta e cinco pulos e quatro quilômetros de corrida nos deixou mais preparados para o jogo. Mudamos também os uniformes. Disseram, certa vez, que a audácia e a mudança eram necessárias, tendo em vista o que temos que enfrentar. O novo, agora, é simples e ainda possui muitos detalhes. Esteticamente falando ele pode não ser o mais Belo mas pelo menos não nos deixam nus. Seria muito interessante, por sinal, sermos retirados pela PM em um estádio após entrarmos Nu(s) em Nova York. Das duas uma: Ou seremos punidos com falsas acusações dizendo que tentamos manter relações sexuais com os adversário, segundo o Artigo 331 do Código Penal, Importunação Ofensiva ao pudor, Artigo 61 da Lei das Contravenções Penais. Ou então receberemos a Ilustre presença do Zé Celso com todas as Bacantes para uma grande orgia no gramado, com direito a bodes, vinho, Dionísio e tudo mais. Mas, para a imagem do coletivo, talvez, isto não seria uma das melhores ideias, afinal, o preconceito/conservadorismo/cristianismo/mais tantos outros ismos, estão relevante-mente enfatizados nas nossas ruas e vielas. De qualquer forma, o Clube Atlético Futebolístico Preto no Branco  continua tentando correr atrás da Bola e do Boal. 
Por fim, o que importa mesmo é que nos treinos temos cada dia mais novos ensinamentos necessários para a nossa vida. No treino de ontem, antes deste jogo importante, aprendemos que é sempre Importante cortar o Rabo do Macaco antes de entrar em campo. Ficar correndo com a coruja querendo sair da toca é incomodável. 
Vivendo e aprendendo. Preto no Branco também é adepto do sentido morfológico da palavra ALUNO, aquele que não têm luz, buscamos até nas futilidades da vida a Luz para nos clarear.


VIVA AS INFORMAÇÕES DESNECESSÁRIAS, que no fim das contas atribuímos um sentido necessário!

FÚTEIS, uniu-vos! 


17 agosto 2011

Se há algum problema...

É justamente fazer tudo isto. Enfrentar madrugadas adentro com ensaios que exigem treinamentos e, consequentemente, movimentos corpóreos que fazem você lembrar que possui, de fato, um corpo, todas as noites antes de dormir. Se há algum problema... É justamente este, se atirar na trajetória do herói e buscar na sua sombra o quê falar. Mas o quê falar se o ''X'' da questão esta tão evidente ao mesmo tempo que está tão distante. As dúvidas são compensadas depois. A beleza do momento é justamente não enxergar o que virá logo adiante. Será? A vizinha perguntou, em uma manhã dessas, enquanto lavava a calçada com uma mangueira fashion e rosa, por que fazer teatro(?), isso ajuda para alguma coisa(?), como se não bastasse concluiu levantando uma questão tão forte e fundamental, afinal, o que é Teatro? Assustei. Levei um grande susto, bruto e profundo. Como responder essas coisas? Talvez isto nem tenha respostas e se tiver talvez estejam longes e devem ser perguntadas a todos os momentos, todos os dias, todos os anos, se possível. Afinal, talvez a resposta varie de acordo com o que estamos vivendo. A última questão poderia responder com total exatidão, passando ainda uma imagem de garoto inteligente e ciente da merda que está metido, falando, brevemente - se é que dá pra falar desta forma - a história do teatro, ou melhor, recorrendo a raiz da palavra, lá nos grandes gregos, afirmando com total convicção que teatro é Lugar onde se vai ver. Daí, partiria para uma encabulação metido teórico, leitor de alguma porra, que dissertaria acerca das mudanças nesta arte dramática. Mas não me senti à vontade para tal feito. Afinal, o que é Teatro? Pensei em arriscar-me de acordo com a coleção primeiros passos que, ironicamente, possui um livro com este título. Seu autor, Fernando Peixoto,  com um grande saber histórico, esclarece de uma forma sucinta o que é este trambolho que tanto gera dúvidas. Poderia ainda recorrer nos meus almejados objetos de estudos e buscar em Aristóteles, Diderot, Voltaire, Rousseau, Nietzsche e tantos outros, algo que respondesse a grande pergunta, mas preferi não fazer isso, afinal, cada um viveu em momento, em um lugar. Com exceção dos franceses Diderot e Voltaire junto com o briguento Rousseau que até amigos eram, mas isso não vem ao caso. Por fim me recordei de uma famosa mesa de bar que um dia me encontrava com certos amigos, futuros intelectuais que se atiram numa droga pesada que se diz amiga da sabedoria, onde questionavam, junto com a embriaguez, o que é ser um intelectual. A brincadeira parecia um roda viva - sabe o programa da televisão? -  onde ia passando de pessoa em pessoa que ali estavam. Quando chegou na minha vez, como sempre, busquei em uma explicação nada lógica e coerente uma resposta que saciasse todos. Por fim soltei um breve discurso argumentando que intelectual era um mero chinelo, desses comuns e populares, ondes as pessoas usam deles para caminhar nas calçadas das ruas, na areia da praia e até dentro de casa. Este simples e exato calçado - no sentido de calçar, mesmo- que há muito tempo tornou-se um utensílio familiarizado a moda, com muitas variedades, era ao mesmo tempo que abandonado e esculachado, visto e aclamado. Uns os colocam no pódio, outros os ignoram totalmente. Mas por que estou falando tudo isso? Talvez o problema seja justamente isso, sermos chinelos e nem sabermos. O importante é que no fim das contas, após um ensaio, você aprende a limpar a bunda com folhas de revistas, com direito a toques fundamentais que enfatizam a importância de amassar várias vezes para não espalhar a merda e não machucar o cú. Viva a direção amiga!


Jacarandá, a vida continua e num pudêmo pará!

16 agosto 2011

Trem

Naquele trem ninguém vê. Aquele trem abstrato tem por trato o não lugar. A ação comedida, o medo transparente e a in certeza, do saber ter que crer em alguma coisa que valha a viagem, a mudança de rota, o descaminho, o deseixotado.
Descarado! eles não sabem que o medo é dom do inteligente? do que faz jus e se importa com o tal do dom divino, o tal prazer do cuidado e do protegimento nos seios da mãe?
No medo é que mora o enfrentamento. a cegueira é onde mora o enxergamento.
Não adianta desmamar para ver o algo nocivo, o conhecimento e o atiramento de si em balas de revolver. Não atirem seus corpos contra as balas, caros, voltem pra estação, voltem para casa, voltem pro seio, voltem a ver o que lhes é palpável. Fartamente palpáveis seios de leite. O trem não os levará a ambiente mais confortável. Não dará a vocês nem um pouco de conforto quando verem a si frente a frente em confronto. O lugar que não é tornarão vocês os seres que não são. Voltem e parem de bancar o ser inflado, arrojado, desmedido, desmedroso, repleto, deseixoso e asqueroso de ego,

Pêssegos enrugados

''A aceitação da pobreza no teatro , despojado de tudo que não é essencial, nos revelou não apenas a espinha dorsal desta arte, mas também a riqueza escondida na verdadeira natureza da forma artística.'' Jerzy Grotowsky

Fico pensando, durantes algumas noites caladas que me encontro com a insônia - não a cia. mas sim o distúrbio de sono - no quanto Pêssegos Enrugados somos. É isso, Pêssegos Enrugados na espera da aprovação. O fruto carnoso, originário do pessegueiro, se torna, após ser retirado do pé, doces, suco, geléia, bolos, tortas, e também, puro, puramente a fruta. Em busca de um bom Pêssego a pessoa vai até a feira, encaminha-se até a barraquinha do Franco, onde vende as frutas que são cultivadas no sul e até no sudeste brasileiro, e coloca-se diante as belezinhas alaranjadas e amareladas, buscando nelas a que melhor se encaixa ao seu gosto. É claro que este gosto este permeado por vários questões, tais como tamanho, cor, dureza e também imagem... Pasmem! Por que as pessoas comprariam um Pêssego Enrugado? Ele poderia passar uma imagem tão ruim, diga-se de passagem. Afinal, um bom pêssego jamais teria rugas e jamais traria consigo esta informação que relaciona-se com um certo envelhecimento. Já dizia a minha professora, conservadora-cristã-ditadora, da terceira série que um fruto estragado estraga os demais da mesma caixa, é claro que ela referia-se a algum aluno que ,pelo padrão estabelecido, era taxado como um mal elemento diante a educação. Mas talvez seja isto que as pessoas possuem também: O MEDO DE ADQUIRIR um Pêssego Estragado... Afinal, Enrugado é parente próximo do Estragado.
Desta forma, achei de fundamental importância criar a APPE - Associação dos Pobres Pêssegos Estragados, onde juntaremos nossos ideais e levantaremos a bandeira que podemos ser bons frutos e podemos ser SIM ricos em vitaminas, sais, minerais, ferro, fósforo, iodo, cobre, manganês, carboidrato, fibras e cálcio.

Pêssegos Enrugados UNIU-VOS !  Podemos ser sim comestíveis!

Bruno Garbuio - O Moreno Ismael presidente da APPE