É preciso respirar antes de dar um mergulho. Você sente que vai ser profundo. Não pode se afogar, nem se precipitar.
Se prestar bastante atenção, dá até para encontrar bolhas de ar no caminho, e desce. Mais. E desce mais.
É o mergulho da vida. Destino? Uma corrida para se distanciar da Grande Mãe? Uma ruptura a vista? Não, senhores e senhoras, é teatro!
É uma forma Preto no Branco de se criar teatro. A cada encontro, ensaio ou não, com vinho ou não, fortalecemos um procedimento sem nome que surge como meio de trabalho. Os resultados artísticos aparecem na contramão da pressa, do trânsito, da loucura do mundo contemporâneo fragmentado. A velocidade do grupo é ditada pela pulsação. Juntos, um só passo. Braços de uns e de outros, únicos braços, levantam o mesmo peso. Sem amarras, métodos, fantasmas. Sem pressa, sem pressa.
Os encontros tem suas regras: porta fechada, música, fotos, anotações, discussões e teatro. O Grupo se arrisca. Detona com cenas, ressurge com outras. Mesmo em tempos de escolhas drásticas: é isso, é aquilo, é os dois! Deixa-se um universo para trás. Re-cor-te. Daí vem angústia boa: vamos estudar dramaturgia, diz. Vamos produzir dramaturgia, diz e diz. E lá vamos nós, tendenciosos que somos à pesquisa, levantar material. E que surpresas aparecem na estrada. Zibaldone, Fernando Arrabal... Com suas pitadas ácidas, encantadoras! Vamos montar o Arquiteto e o Imperador da Assíria! E quando lemos Plauto: Vamos montar Os Menecmos! E quando lemos Antígona: Vamos! Olayr Coan, vamos, Brecht, vamos! vamos! Vamoooooooo!
Energia que transborda e faz desse grupo parte propulsora da minha vida! Vamo pro bar ao invés de fazer ensaio?
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