Uma belíssima sala numa belíssima rua na Vila Madalena foi o cenário para o treinamento proposto pelo nosso diretor convidado, Fabiano Lodi.
Durante o carnaval, dois períodos por dia. Abri o texto falando do lugar pois a recepção que senti depois de uma manhã de viagens e uma noite anterior de trabalho foi sem igual. Paz e harmonia. Uma sala preparada para realizar exercícios específicos, detalhados, ancestrais, organizados por um diretor japonês para compor uma gramática de um método que leva seu nome, Suzuki. Aprendemos alguns movimentos, nos dedicamos a eles, ali naquela sala era um grupo que treinava, que cuidava um do outro, que tentava com todas as suas forças físicas e emocionais superar o momento anterior de dificuldade. E acontecia. Outra vez, outra vez. Baixa o centro! E uma força que parece chegar de algum lugar do passado ou do antepassado te colocava em contato com a terra e com a audiência. Uma conexão viva entre as partes do seu corpo acontecia. E também havia a desconexão, a euforia, o ego exaltado, o susto, a distração. A cena desmoronava, virava processo, mas logo começava outro movimento, outra pausa, um ciclo vivo de teatro. Baixar o centro foi para mim reconectar seu corpo o tempo todo com seu próprio eixo e com a sua vitalidade pura e ancestral. Por esses e outros motivos o método se fez tão potente e importante para a trajetória artística deste processo. Quando outro movimento se iniciar, lá na frente, outro ciclo, a herança deste será contaminável e quem sabe contínua.
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