06 julho 2010

Dramaturgia do Balde

Antes de explicar o que foi esse exercício de dramaturgia, para que esse blog não sirva só a nós, mas também aos desavisados que caírem por aqui em busca de relatos de processo, precisarei fazer uma pequena retrospectiva, voltando ao seminário artístico ....

No dia do seminário artístico, uma das atividades era o circuito sensorial, que consistia em encher a sala com as mais diversas referências de tato, visão, olfato e audição. Peças de tecido, madeira, plástico, fotos, textos, diversas fontes sonoras com músicas diferentes, cheiros e sabores à disposição. Depois os participantes anotavam em um papel aquilo que havia os tocado mais, e também desenhavam. Essas impressões em papel foram colocadas depois no nosso querido baldinho amarelo de ágata, consistindo num material muito rico de inspirações dramaturgicas.

A atividade que programei utilizava temas que surgiram do baldinho: fiz um mapeamento das impressões / sensações mais frequentes, já que havia muito em comum nos papéis. Com os temas mapeados, formulei onze perguntas e onze experiências, que deveriam resultar em onze cenas, uma para cada participante ( duas perguntas/experiências ficaram de fora: a de Rodrigo Garavini e a minha, que resolvi não fazer na hora).

Vou ficar devendo um textinho mais aprofundado ( que estou fazendo, JURO !) sobre o meu processo para chegar nessa atividade. Mas bem de leve, vou adiantar que me baseei em coisas que a Thaíse passou pra gente, sobre experiência (aqui preciso fazer uma nota de rodapé !! algumas das experiências propostas não necessariamente estão bem conceituadas) e sobre as perguntas me inspirei no trabalho da Pina Bausch, mas que pesquei aqui nesse link.Bom, isso posto ... Vamos ao que rolou no dia 20 de junho.

Haviam 11 papéizinhos, em que havia escrito uma pergunta, uma sugestão de experiência e alguma observação de materiais para a cena ( do tipo permitido / proibido).
As pessoas deviam criar uma cena que respondesse a pergunta, não de maneira didática, sem o compromisso de representar a pergunta, mas usando a pergunta como estímulo. A experiência deveria servir de repertório para a pergunta. Algumas missões proibiam o uso de palavras, geralmente quando a pergunta é mais clichê ou tendenciosa ao falatório, palavrório.As perguntas geralmente iam pro campo da sensação, do subjetivo, do abstrato. Todos deviam usar todos os "igredientes" cênicos com muito cuidado, como se a cena fosse uma mistura muito delicada de ervas venenosas, em que uma grama do ingrediente errado torna o resultado veneno.
As cenas e perguntas eu vou postar em blocos, pra não ficar um post ENORME.


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