Caminhando e Caminhando o Projeto Nozeróis não pára de forma alguma.
O Projeto, que recebe este nome por ser baseado em uma crônica de Lourenço Diaféria chamado HERÓI, MORTO, NÓS , começou sua trajetória no ano passado, 2010, a partir das pesquisas que giravam em torno da Tragédia Grega, mais precisamente , na obra Antígona de Sófocles.Tomando vários rumos, Nozeróis foi instalação em São Paulo, onde visitamos o campo da Astrologia, considerando a necessidade de muitos heróis saberem de seu destino.Pisamos ainda no campo de Joseph Campbell que diria que NÓS somos os heróis de nossas próprias jornadas simplesmente por atirarmos na vida ,esta grande aventura. Passamos pela pesquisa de campo considerando, ainda. que nós somos heróis e que temos outros, muita vezes estereotipados, que nos apegamos , que nos servem como ídolos por algum motivo, buscando assim na literatura e nos quadrinhos os pontos de intersecção entre eles e nós.Depois de tudo isso Nozeróis tomou o rumo da Mitologia no início de 2011, visitando desde a mitologia Greco-romana até a Européia e Americana. Caímos em vários campos, o projeto tinha um linear mas não tinha um foco preciso, assim fomos as visitas nas instituições como A.A (alcoólicos anônimos), onde escutamos muitas histórias interessantes, e centros de Umbanda, onde vivenciamos várias experiências novas considerando a religião , ligação dupla, uma forte manifestação heróica. As pesquisas não pararam, paralelo a tudo isso, fomos buscando na dramaturgia mundial peças que relacionavam a nossa proposta, lemos e relemos dezenas de obras, entra elas grandes peças de Bertolt Brecht até comediantes romanos, como Plauto.Tivemos também um grande trabalho de corpo ministrado pela bailarina Lia Crempe que trouxe para o Preto no Branco uma proposta de busca pelo heroísmo nos nossos ancestrais, pais, avós, tios e etc., onde ficamos com uma relação ,a todo momento,com a terra , ganhando um sentido metafórico.O Trajeto não parou, visitando o campo das histórias em quadrinhos fizemos a Intervenção , apresentadas em São Carlos(Grito Rock e SESC) e Araraquara, que recolheu materias que serão acrescentadas ao nosso trabalho de montagem.Depois de tudo isso o projeto foi recortado, visitando todo este campo chegamos a uma palavra chave para o Nozeróis:
TERRA ... coincidência?
A partir da música Cio da Terra, composta por Milton Santos, e o livro Grande Sertões Veredas de Guimarães Rosa, chegamos a um tema mais fechado dentro do projeto, os heróis que se relacionam dia e noite com a terra, com o campo, com o suor da lavoura, roças e pastos. Houve uma provocação da Prof. Marcília Rosário, que encaminhou algumas peças a maioria escritas nas décadas de 60 e 70, sobre este recorte.Segundo ela tínhamos que recortar um pouco mais focando mesmo em alguma região do nosso vasto Brasil e desta forma ainda visitando o universo do caipira, chegamos ao livro Parceiros do Rio Bonito de Antônio Cândido e a trechos do livro O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro, concluindo com o foco no caipira Paulista.
O cômico de tudo isso, foi que todos os integrantes do grupo estão totalmente relacionados com estes caipiras paulistas, nossos pais vieram do sítios, nossos avós contam histórias da roça e já ouvimos muito Cururu e música sertaneja de raiz. Tivemos que dar a volta no mundo todo para cairmos novamente no nosso chão.Mas, não importa o destino, ou melhor, até importa, porém o trajeto foi e está sendo muito interessante.
Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro no Roda Vida
Breve entrevista com Antônio Cândido
Música Cio da Terra
Jacarandemos.
Um comentário:
Quanta coisa, não?!
Postar um comentário