28 junho 2011

Quanta coisa...

Há em um único dia.

O incrível que a constatação desta frase está ficando cada dia mais nítida nos nossos encontros. Quando digo que 'há muita coisa' me refiro a tudo: os materiais presentes, as idéias, o frio, o cansaço - mesmo sendo o início da semana - , a troca e as risadas. Antes de começarmos o encontro de ontem tivemos um contato com obras e poesias de diversos autores. Todas elas possuíam uma aproximação com o caminhar da nossa nova montagem que está se modelando cada dia mais. As imagens que foram produzidas a partir das poesias ou mesmo das figuras, quadros e fotografias apresentadas irão se encaixar de alguma forma no nosso interior para que possamos passá-las para o nosso corpo no momento de contarmos a nossa história. Foi interessante esta constatação, pois houve um momento que começamos a abrir as nossas impressões e lembramos de várias imagens, pinturas e esculturas de artistas consagrados que surgiram nas nossas improvisações. Quer um Exemplo? Nádia disse que em um dos dias da semana passada ela e Ricardo(Pai) formaram uma imagem na qual estavam distantes e se tocavam apenas com o indicador, lembrando o grande quadro intitulado A CRIAÇÃO DO MUNDO do renascentista com um pé no maneirismo, Miguelangelo.



Da mesma forma tive uma impressão parecida, mas desta vez me recordei do quadro SHOOTINGS do espanhol Goya. Este assemelhar se deu quando fizemos na tarde de domingo uma cena onde apontávamos para o Ricardo(Pai) ,que se encontrava a frente do palco, como se estivéssemos condenando-o, fuzilando-o de uma certa forma.



Dos materiais presentes ontem tivemos poesias de uma coletânea chamada SUINDARA, Fernando Cruz complementou dizendo que este nome é de uma coruja que possui uma cautela e precisão muito intensa em sua caça. E foi Paulo Silva Sampaio, natural de São Carlos, o escolhido para lermos na noite de ontem. Para Rezar em Família, 25 de outubro e Poema do medo foram os que pensei em selecionar, pois imaginei que possuíssem um diálogo fortíssimo com o que estamos vivenciando. As poesias não pararam por aí, tivemos ainda mais duas que foram retiradas do livro METAAMORFASES de Mauro Luis Iasi e as que lemos foram: 8 de março e Cristão Molotov . E nas imagens não pude esquecer e levei a pintura A PIONEIRA de Normam Rockwell,o grande artista, que produziu esta obra em 1964 retratando Ruby Bridges sendo escoltada por policiais. Bridges foi a primeira criança negra a frequentar uma escola de brancos no sul dos EUA, em 1960.








Em síntese, foi muito bacana o diálogo que tivemos e mais bacana ainda as idéias que surgiram a partir da nossa pequena bagagem que estamos construindo aos poucos. Hoje a festa continua... Estaremos logo mais na Oficina Cultural nos atirando no chão frio deste inverno imperdoável de Sanka City.


Bruno Garbuio - o duas-linhas-de-risada

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