Ensaio de madrugada sem o diretor?
Aconteceu! Estávamos meio perdidos mas tudo rolou perfeitamente.
Acho incrível, sempre que venho escrever sobre os encontros dificilmente me passa pela cabeça alguma coisa ruim, acho que eles me fazem tão bem que enfatizo as coisas gostosas e prazerosas que fizemos juntos. Melhor do que construir em coletivo é dividir a mesma felicidade e dormir sorrindo. É lindo saber que o Preto no Branco tem uma energia tão intensa que reverbera de uma forma mais intensa ainda.
Começamos o encontro de hoje com a oficina expositiva de Capoeira ministrada pelo querido Japa ( Ricardo Ximu) estudante de Educação Física da Ufscar. Fazendo parte de uma proposta do seu curso, durante alguns dias, tivemos este imenso prazer de termos contato com esta dança/luta/jogo através de pequenas demonstrações sem o intuito de nos focarmos e aprendermos de fato. Tivemos uma leve aproximação com alguns golpes e etc. finalizando hoje com uma roda que, diga-se de passagem, foi muito engraçada. O incrível de tudo isto foi que no decorrer do nosso aquecimento ao som do berimbau o Rogério, segurança da Oficina Cultural, apareceu e conversou muito conosco, acrescentando muitas histórias e fatos da Capoeira, vivenciada, inclusive, por ele mesmo. Rogério durante décadas foi capoeirista e não conseguiu atingir o cordel branco, que seria o de professor, por conta de uma batizado mal batizado que recebeu em São Paulo e prejudicou sua clavícula. Foi bacana ouvir um pouco de suas histórias e a vertente da luta e malícia dos Capoeiristas. Por fim logo após este breve aquecimento fomos à JORNADA do rádio onde descobrimos que os CD's que tínhamos levado não rodavam nos aparelhos da casa. Demos um jeitinho com um toque brasileiro e influências mundiais e fizemos o início do ensaio ao som da Rádio Ufscar que no momento tocava alguns instrumentais interessantíssimos. Partimos então para o exagero e levamos vários objetos que se encontravam no espaço para cima do palco. Antes de partirmos direto pra cena nos divertimos um pouco com o Vulcãozinho, certa vez eu e Carola fizemos uma oficina de improvisação com a Jamile e Leon, do grupo teatral Homoludens , onde eles propuseram um exercício no qual falávamos palavras que fossem associadas, um seguido do outro, quando as mãos estivessem no alto feito um vulcão em erupção, talvez seja complicado explicar como é este procedimento, somente vendo para se ter idéia, garanto que as risadas correm soltas pois a experiência é muito engraçada. Em seguida partimos para as cenas e a cada dia que passa mais eu me assusto com o que acontece com os integrantes deste grupo, foi muuuuuuuuuito interessante, mesmo estando dentro do jogo, perceber o que fomos capaz de fazer. O legal que no meio dos objetos que colocamos no palco havia um pedestal que muito foi usado, virou Santo, Madre Clementina, Pedestal e até altar. Utilizamos, pela primeira vez neste processo, as palavras e houve várias provocações de várias partes. A flauta e gaita que estavam presentes soaram com os seus sons compondo a trilha sonora de várias cenas lindíssimas. Surgiu um tronco de madeira que virou Jacarandá, Rapadura e peça do altar. Um ponto interessante que acho digno de ressaltar é o fato de termos usado as cadeiras, bancos e demais objetos, sem exceções, em todos os momentos, eles iam se modificando e junto construíamos o que queríamos e sem perder o linear dávamos continuidade a contação da nossa história. Surgiram muitas novidades que daremos continuidade amanhã. E, para fecharmos com chave de ouro, terminamos a festa com muito riso e palhaçada. Na semana passada participei de uma oficina ministrada pelo Raul Barreto dos Parlapatões e no final do dia ele nos passou uma musiquinha e coreografia muito engraçada que guardei na manga e propus antes de irmos embora... Bom, nem vou dizer nada! Porque só de lembrar já dou muitas risadas! Então, finalizo esta postagem com as minhas impressões dizendo: Ra a ta ta Ra a ta ta, Glub, Glub, Glub Ra a ta ta!
Bruno Garbuio - no ritmo do Ra a ta ta
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