23 agosto 2011

Dramaturgia macaquiana

Que trajetória é essa? Que herói é esse? Que teatro é esse? Quem sou eu? Quem inventou o fogo? Quem nasceu primeiro? Porque o ceu é azul? O homem já foi à lua?
E o macaco continua observando os ossos de seus antepassados. Ele pensa. Se enxerga. Sente angústia.
Um espelho da alma: a morte. Logo passa, afinal de contas, ele é apenas um macaco. Um ser subdesenvolvido, corcunda, tem quatro mãos, quatro pés, um rabo não cortado. Sua genética é extremamente ultrapassada. Onde já se viu ter a audácia de compará-la à genética dos Deuses! Zeus castiga, mas antes ele estupra. Tem filhos. Esses filhos, encontro do ceu e da terra, formam continentes, mares, rios, constelações. Nascem histórias belíssimas e trágicas. Surge o herói. Nasce a humanidade. Que herói é esse? Que teatro é esse? Que balança é essa? Que cavalo é esse?
Só sei que prefiro pecar na insistência do que agonizar feito o macaco. E olha que nem macaco eu sou! Até o rabo eu já cortei hj!


2 comentários:

Anônimo disse...

Que ótimo! Adorei, principalmente os pontos relevantes como o estupro de Zeus e o corte do rabo do macaco que já foi executado hoje! hahahahaha. Muito bom, Patrão!

Bruno Garbuio disse...

Olha: E não é que apareceu o Cruz mesmo, ao invés de Bruno! ahsuahuashuahsuashas