Há anos não te escrevo.Tamanho amor das milhares de cartas ficou no papel. Empoeirado, causa uma sensação estranha ao ser revisitado. Ao reler, vejo o quanto nós mudamos.E não nos amamos mais.Não nos encontramos mais.Sem estímulos, sem vida, calor, olhos e mão, as cartas congela. É perigoso.
Meu amor,
Há tempos te escrevi, letras corridas, tinta vermelha - por acaso. A carta nunca chegou a você, nem tampouco à caixa do correio. Ficou parada, envelhecendo na minha mesa. Um, dois, seis meses. Não suportei, joguei no lixo.
Meu amor,
A vida não nada fácil.Parece que sou tendencioso a complicá-la.
Deixei o tempo superar nosso amor. Agora sinto-te tão longe...
Meu amor,
Tudo foi um sonho. O galo cantou.
Meu amor, nunca mais ouvi tua voz e nem sei mais se reconheço tua letra. Teu cabelo, me legra quando relembro, na ânsia malucas por reviver tempos idos.
Meu amor,
Não sei se ainda te amo. Não sei se ainda te escrevo.
Postado por alguém que não
acredita em fantasmas.
Destinada
para uma nobre desconhecida
03/07/2012
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