Por Bruno Garbuio

Em agosto de 2010 surge a provocação de mergulharmos na tragédia grega Antígona de Sófocles, trazido por Renato Capella, ex integrante do Preto no Branco. Entramos neste mar de possibilidades sem ao menos saber como tudo isso se daria. A intenção, a principio, não era montar nenhuma tragédia, mas sim tentar buscar em vários lugares um caminho para a realização de uma nova montagem. Provocações daqui, provocações de lá, o então orientador do ano de 2010, João Junior, nos apresentou Joseph Campbell e mais um mar de possibilidades se abriu a nossa frente.

Agosto de 2010, quem diria que numa tarde tranquila e quente de São Carlos, entre tantos textos que se encontravam em cima da mesa uma crônica simples e linda mudaria o rumo do grupo. Foi mais ou menos assim que o nome Nozeróis nasceu... De uma crônica intitulada 'HERÓI. MORTO. NÓS.'' de Lourenço Diaféria, publicada em 1977. Aquelas palavras falavam tudo que queríamos dizer. Nozeróis. Nós heróis. Um terceiro mar de possibilidades se abriu e essas águas foram rolando, passamos por muitos lugares. Visitamos muitos textos de teatro, grandes nomes da dramaturgia mundial: Sófocles, Eurípides, Ésquilo, Plauto, Lorca, Brecht, Buchner, Ghelderode, Miroel Silveira, Olair Coan. Passamos por grandes nomes da literatura como Clarice e Graciliano Ramos. Visitamos a Mitologia grego-romana e africana. Chegamos na terra e em nós mesmo: Caipiras. Visitamos também o universo do tarô. Caimos em Jung e depois de tudo isso, depois de tanta encabulações, discussões, apertões, ocasiões, aberrações, nos deparamos finalmente com algo que ainda não está pronto, temos ciência que amadurecerá  muito no decorrer dos tempos, mas está no mundo para ser apresentado. '''Ao revés do Papel'' passa por diferentes universos,mas tem a intenção de utilizar e saborear de vários arquétipos. Um fruto deste macrocosmo de possibilidades. Nozeróis é uma escola, uma colcha de retalhos que está fortalecendo a identidade e algumas buscas do grupo. Nos acompanhe nesta jornada épica.