16 agosto 2011

Trem

Naquele trem ninguém vê. Aquele trem abstrato tem por trato o não lugar. A ação comedida, o medo transparente e a in certeza, do saber ter que crer em alguma coisa que valha a viagem, a mudança de rota, o descaminho, o deseixotado.
Descarado! eles não sabem que o medo é dom do inteligente? do que faz jus e se importa com o tal do dom divino, o tal prazer do cuidado e do protegimento nos seios da mãe?
No medo é que mora o enfrentamento. a cegueira é onde mora o enxergamento.
Não adianta desmamar para ver o algo nocivo, o conhecimento e o atiramento de si em balas de revolver. Não atirem seus corpos contra as balas, caros, voltem pra estação, voltem para casa, voltem pro seio, voltem a ver o que lhes é palpável. Fartamente palpáveis seios de leite. O trem não os levará a ambiente mais confortável. Não dará a vocês nem um pouco de conforto quando verem a si frente a frente em confronto. O lugar que não é tornarão vocês os seres que não são. Voltem e parem de bancar o ser inflado, arrojado, desmedido, desmedroso, repleto, deseixoso e asqueroso de ego,

Um comentário:

Bruno Garbuio disse...

Mas na volta corre-se o risco de a porta estar trancada. Tudo têm um preço...